Abashiri e Kiyosato: oitavo dia de viagem, 27 de junho, sexta-feira
O dia começou muito bem: Midori foi nos encontrar no hotel em Abashiri. 18 anos distante e nada mudou, ela continua a mesma figura! (e eu também :-P ) Mas ela não foi sozinha... levou uma fofíssima bonequinha que fala: Rio, de 4 anos, a filha mais nova. O nome dela é esse mesmo (pronuncia-se com r de "para" e sílaba forte no "o", fechado); é um nome japonês que significa um tipo de flor, mas foi escolhido também em lembrança à cidade do Rio de Janeiro! De início a boneca ficou tímida, pois ainda não conhecia aquela gente estranha, que éramos nós; achei até que era superquietinha (conclusão precipitada rs ;-) Mas tínhamos tempo para nos conhecer...
Em Abashiri, visitamos o museu da prisão, uma antiga cadeia-fazenda que funcionou ali no final do século XIX e início do século XX. Foram reconstituídos os prédios e montadas as cenas da rotina na prisão, com bonecos para representar os presos. É uma visita interessante, embora, de fato, seja estranho ver assim uma situação tão triste; para o visitante interagir com a exposição, é possível até pôr um modelo da roupa antiga dos presos e deitar em uma cama semelhante à que eles usavam. Considerando que as condições de vida eram terríveis (lá faz um frio de 20 graus negativos no inverno) e que muitas pessoas morreram ali, realmente não é confortável que o lugar tenha virado atração turística. Mas o espaço natural é lindo e muito bem cuidado (infelizmente, fotos só na câmera). Finalmente apareceu o céu azul do Japão!
Depois, almoçamos em um restaurante muito agradável, com uma vista linda para o mar e o cais de onde, no inverno, saem barcos turísticos para ver os blocos de gelo que vêm da Rússia. Dali, antes de irmos para Kiyosato-cho, paramos no supermercado para Midori fazer compras. Esse momento do dia é digno de nota porque o mercado já é uma atração: tantas coisas diferentes, que não dá mesmo para saber saber o que são, cores variadas, formatos exóticos, tudo muito arrumado e limpo. Foi uma diversão fazer compras! rs Fiz muitas fotos, mas na câmera... Duas coisas a notar: os carrinhos de compras não são enormes como no Brasil (acho que as pessoas não fazem tanto compras grandes); e as seções de açougue e padaria são mínimas, se comparadas às do Brasil - em compensação, a seção de peixaria... é bem maior e mais variada.
No final da tarde, chegamos a Kiyosato-cho e à casa de Midori. É uma cidade rural, com grandes plantações, não só de arroz, mas também de outros alimentos (agora não lembro quais). Aproveitei para descansar um pouco e conhecer a vida em família no Japão. Minha nova amiga, Rio, começou a ficar mais à vontade e se enturmar, pulando na pilha de futons (cama japonesa) e edredons no nosso quarto. Termino então esta postagem com uma foto da minha linda boneca japonesa - admirem :-)